“Comunidades de Prática são grupos de pessoas que partilham uma paixão por alguma coisa que sabem fazer e que interagem regularmente para aprenderem a fazê-lo melhor”
Etienne Wenger
... o que ainda me fez pensar…
Poderemos encontrar uma vantagem muito grande no uso das conferências on-line, a obrigatoriedade de participar. Veja-se, numa sala onde decorra um debate presencial, todos sabemos que há normalmente um grupo de alunos que intervém e participa, havendo também um grupo mais reservado que vai assistindo, ora por interesse mais passivo, ora por não inserir uma preparação adequada a uma participação efectiva.
Numa conferência on-line, os estudantes para existirem (no sentido de revelarem a sua presença) terão mesmo de participar, o que poderá levar a participações não muito relevantes (desvantagem) ou a participações que exigiram melhor preparação e estudo (vantagem).
Neste sentido, as conferências podem de facto facilitar a construção de conhecimento e os alunos referem que as conferências permitiram-lhes ficar “mais informados e conseguiram considerar mais pontos de vista”, sendo por tal razoável considerar que este processo induzirá à aquisição de um conhecimento com significado.
(R17. Conferencing in communities of learners: examples from social history and science communication
Ann Jones, Eileen Scanlon and Canan Blake)
… ainda mais curioso…
Consideram que as conferências on-line não são uma novidade assim tão grande no ensino e na aprendizagem, mas que podem promover o estímulo para a criação de espaços de debate síncronos, que os alunos de outra forma não teriam acesso, beneficiando ainda das vantagens adicionais do assincronismo com os registos gravados das sessões referidas.
A noção de sincronismo parece fundamental para estabelecer os espaços de debate… e estes implicarem a preparação cuidadosa por parte dos estudantes para poderem participar eficazmente.
… curiosidades…
Os autores mencionam, mas não exploraram o facto dos temas provocarem reacções muito diferentes nos estudantes e, não dão especial relevo ao maior número de intervenções que ocorreram na conferência em que se constatou controvérsia, podendo este factor ter sido relevante para o incentivo na participação…
… do meu ponto de vista, havendo controvérsia o debate é mais interessante.
Mencionam apenas, nas conclusões, que as diferenças inerentes às disciplinas (História e Ciências) “pode reflectir-se na natureza das conferências”.
Não exploram o papel e o desempenho do moderador… mas no final, referem este facto e consideram constituir também um ponto fundamental a considerar.
… o que reconheci que nos pode ser útil…
A meio do artigo, os autores referem que estes grupos de estudantes, em cada um dos cursos, constituí uma Comunidade de Prática. Não fala propriamente em Comunidade Virtual de Aprendizagem... mas, descreve a comunidade com suporte numa comunicação em tempo real e em diferido.
Em tempo real as conferências e os chats
Diferidos, os fóruns e acesso a materiais e informações organizacionais e até, burocráticas.
Já na análise dos resultados, refere aprendizagem colaborativa e, situa este conceito no facto da colaboração ter sido indicada pelo “reconhecimento e referência aos contributos dos outros estudantes”.
… o que ando a ler…
Um artigo que fala de conferências on-line moderadas por professores.
Estudantes de dois cursos superiores diferentes: um Artes, outro Ciências, na Universidade Aberta inglesa.
Os alunos do ensino à distância receberam materiais e preparação anterior à ocorrência das conferências. As conferências são marcadas e os alunos debatem os temas propostos na presença de moderadores.
Os moderadores iniciaram as conferências levantando questões para debate.
Os temas do curso de Artes, no contexto da História Social (tradução à letra do nome da disciplina), suscitaram reconhecimento relativo aos contributos entre estudantes, sendo este reconhecimento e acordo entendido como uma forma de colaboração.
Os temas do curso de Ciências, dado revestirem-se de alguma controvérsia, suscitaram debates mais interventivos, procurando fundamentalmente as razões para a controvérsia (o tema era sobre organismos geneticamente modificados).
(R17. Conferencing in communities of learners: examples from social history and science communication
Ann Jones, Eileen Scanlon and Canan Blake)